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Publicado em: 30/11/2015 às 16:31
Até outubro, Saúde confirmou 40 casos positivos de HIV e 32 de Sífilis em Araras
Pasta contabiliza, atualmente, 450 pacientes de Aids no município; maiores desafios da rede de saúde são adesão ao tratamento e indiferença de jovens perante a doença

Até o mês de outubro deste ano, a Secretaria Municipal de Saúde contabilizou 40 novos casos de HIV/Aids no município. Outros 32 casos de Sífilis foram contabilizados, também nos primeiros 10 meses deste ano.

Os números apontam para uma “estabilidade” ou ligeira redução das estatísticas neste ano em relação a 2014, quando foram confirmados pela Saúde municipal 47 casos de HIV/Aids e 40 de Sífilis.

Esta terça-feira, 1º de dezembro, é o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, que foi criado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), com o apoio da ONU (Organização das Nações Unidas), em uma Assembleia realizada em outubro de 1987. O governo brasileiro, através do Ministério da Saúde, começou a promover campanhas de apoio ao Dia Internacional de Luta contra a AIDS desde 1988.

“A data tem o objetivo de conscientizar a população sobre uma das doenças que mais mata no mundo. Não apenas informar as pessoas sobre os sintomas, perigos e formas de se prevenir da doença, mas também a função de auxiliar no combate contra o preconceito que os portadores de HIV sofrem na sociedade por causa da doença”, comentou a coordenadora do SAE/CTA, Lidiane dos Santos.

Atualmente há 450 pacientes sendo atendidos pelo setor da Secretaria Municipal de Saúde. E o maior desafio para o enfrentamento da doença é a adesão dos pacientes ao tratamento correto. “Hoje a Saúde municipal oferece um tratamento completo e adequado, com oferta de medicamentos gratuitos e exames, mas nem sempre os pacientes aderem. E quando deixam de aderir, quando deixam de tomar as medicações e fazer os exames regularmente, colocam em risco sua sobrevivência, sobretudo com qualidade de vida”, afirma a secretária municipal de Saúde Vandersi Pavan Bressan, a Vanda.

Outro desafio segundo ela, mas esse em relação à prevenção, está na indiferença que algumas pessoas apresentam em relação aos riscos e à gravidade da Aids. “Muitos dizem não ter medo porque a doença tem tratamento. Até tem, mas não tem cura. O fundamental é se prevenir”, afirma Vanda. “E está nos jovens uma boa parcela dos indiferentes, até por culpa mesmo dos governos no mundo todo, que deixaram um pouco de lado aquelas campanhas maciças de conscientização sobre formas de prevenção, em especial o preservativo”, admite ela.

Campanha Fique Sabendo fez 175 exames

Em Araras a Secretaria Municipal de Saúde através do SAE/CTA (Serviço de Atenção Especializada/Centro de Testagem e Aconselhamento) vem realizando a Campanha Fique Sabendo que vem realizando testes rápidos em todos os PSFs e no SAE/CTA.
Os exames podem ser feitos de segunda a sexta-feira, durante o horário de funcionamento das unidades. Os testes rápidos também estão disponíveis no SAE/CTA, localizado na Rua Francisco Paulo Russo, 119, Centro. A campanha começou na semana retrasada e segue até hoje.

Os testes rápidos são realizados por fluido oral ou por punção digital (análise sanguínea/furo no dedo) e o resultado sai em aproximadamente 30 minutos. O material é coletado em salas apropriadas para garantir total privacidade à população.
Assim como em 2014, a Campanha Fique Sabendo realiza os testes rápidos para HIV também por fluido oral – o exame de triagem é disponibilizado pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Esse teste detecta anticorpos contra o HIV no fluido oral da pessoa.

Até a tarde de ontem (30), 175 testes rápidos foram realizados no âmbito da campanha. Foram positivados um caso de Aids e um de Sífilis, até então.

Aids

A sigla AIDS vem do inglês Acquired immunodefiecience syndrome, que em português significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. O vírus da Aids (HIV) destrói as células brancas do organismo, responsáveis em proteger e combater doenças no corpo humano.

Com a destruição das defesas do organismo, o corpo fica bastante fragilizado e propício a ser atacado por inúmeras doenças, como pneumonias, infecções, herpes e até mesmo alguns tipos de câncer. A AIDS pode ser transmitida através do contato de fluídos corporais do infectado com o sangue de uma pessoa saudável, por meio de relações sexuais sem preservativo (camisinha), transfusões de sangue ou compartilhamento de seringas e agulhas.

A doença não tem cura, mas pode ser tratada com coquetéis antiaids, quando diagnosticada a tempo, melhorando a qualidade de vida do infectado.
Sífilis

É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Podem se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença.

Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. O teste deve ser feito na 1ª consulta do pré-natal, no 3º trimestre da gestação e no momento do parto (independentemente de exames anteriores). O cuidado também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas no bebê, como cegueira, surdez e deficiência mental.

Formas de contágio

A Sífilis pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenir-se contra a sífilis congênita.

Sinais e sintomas

Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar um certo estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos.

Após algum tempo, que varia de pessoa para pessoa, as manchas também desaparecem, dando a ideia de melhora. A doença pode ficar sem apresentar sintomas por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte. (Com informações do Ministério da Saúde).

 

Secom/PMA