Seis bicudos (Sporophila maximiliani) que passaram por cuidados no Centro Pró- Arara serão soltos na natureza, por meio de um projeto pioneiro realizado pela USP (Universidade Federal de São Paulo) e pela Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Os pássaros foram encaminhados à Fundação em setembro deste ano.
As aves são fêmeas, o que impossibilitaria a reprodução na natureza em fragmentos florestais da região de Araras. Encaminhadas ao Pró-Arara pela Polícia Ambiental de Ribeirão Preto, as aves são vítimas de posse irregular e inadequada. A maioria dos animais encaminhados ao Centro é vítima de tráfico ou de maus tratos.
A soltura dos pássaros foi noticiada pelo jornal Folha de São Paulo no último dia 10. De acordo com a reportagem, “o primeiro de dez casais da espécie será solto em uma reserva protegida no interior de São Paulo”. Ainda de acordo com a matéria, “20 pássaros voarão pelo brejo monitorados por ornitólogos e protegidos pela polícia ambiental e por seguranças privados”.
Assim como acontece na Área de Soltura e Monitoramento em Araras, o local onde os pássaros serão soltos não foi revelado para proteger as aves de caçadores.
Mais informações sobre a soltura podem ser acessadas na reportagem da Folha de São Paulo, no link http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/11/1704306-quase-extinto-passaro-famoso-pelo-canto-sera-reintroduzido-na-natureza-em-sp.shtml
Espécies em extinção
Levantamento feito pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e pelo ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade aponta que os bicudos são classificados como criticamente em perigo de extinção, sendo que essas espécies não são mais encontradas na natureza do Estado de São Paulo.
Também conhecido como bicudo-do-norte (SP), bicudo-preto e bicudo-verdadeiro, ele (Sporophila maximiliani) é uma ave passeriforme da família Thraupidae.
A ave habita pastos alagados, veredas com arbustos, bordas de capões de mata, brejos, beiras de rios e lagos, aparentemente em locais próximos à água, onde há o capim-navalha (Hypolytrum pungens), navalha-de-macaco (Hypolytrum schraerianum) ou a tiririca (Cyperus rotundus) seus alimentos básicos na natureza. Aprecia ainda arroz, o que colabora muito para o seu desaparecimento, vitimado por agrotóxicos.
Devido a apreciação de seu canto para torneios, é alvo de traficantes de animais, o que faz seu status de preservação ser CR (Crítico) de acordo com o Ibama. É uma espécie rara que vive em pares bastante espalhados. Prefere regiões de clima quente, com temperatura acima de 25°. Durante a maior parte do ano são encontrados aos casais.
O Centro Pró-Arara, mantido pela Prefeitura, realiza há mais de um ano trabalho inédito na cidade para reabilitar animais silvestres, encaminhados em sua maior parte pela Polícia Ambiental, vítimas de maus tratos ou apreendidos ilegalmente em cativeiros.
Mais informações sobre o local podem ser obtidas também na fanpage https://www.facebook.com/Pr%C3%B3-Arara-127365780947131/timeline
Horácio Busolin Júnior /Secom